terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Conhecer as Limitações ( Em 18/10/2009 )

As limitações existem em todos os âmbitos a que nos dispusermos destinar. As limitações estão no espaço, no tempo e fora do espaço-tempo, as limitações cessam: entramos na área do ilimitado.
Se o conhecimento dessas nossas limitações é referente ao nosso lado de fora, é fácil de sabermos que não temos; dinheiro, saúde, amor, relacionamento, vida digna é fazermos frente aos impedimentos com as disponibilidades que pudermos contar para alcançarmos nossos planos, nisso a criatividade é a grande mestra do improviso a nosso favor e conhecimento dessas limitações é crucial para aprendermos a sobreviver a elas. Existem conhecimentos outros de nossas limitações que são simplesmente superados por algumas providências a que nos submetemos. Trata-se de nos decompormos: partir nossa equação em partes menores para alcançarmos áreas que rompem os limites. Se somos formados por duas partes básicas de Mente e Consciência, mas, antes de alcançarmos a Mente somos inconscientes; daí a seqüência em quatro estágios: do inconsciente para a mente, da mente para a consciência e daí para a luz.
Se nos ativermos à vida no inconsciente, seremos em pé de igualdade com os animais: se alcançarmos o estágio da mente, a disposição se acentua pela necessidade de atendermos os atributos da mente. Teremos e nos utilizaremos deles voltados para nós e não para o mundo. Somente aí conheceremos nossas limitações, porque já passamos por seus desafios e nos despedimos delas porque estaremos num lugar em que as limitações se diluíram no vazio de tudo.Peça escrita durante o mês de Junho de 2009

Cosmovisão Indígena ( Em 18/10/2009 )

Um índio autêntico tem a visão de uma criança; está bem próximo da consciência; é muito mais consciente do que mental; vive no silêncio da natureza, em comunhão com ela e contempla o céu: vê, no céu, no firmamento o princípio de sua fé; não importa a roupagem com que ele vista suas crenças e como as manifesta; importa que ele contempla o céu, sente o existir de uma força maior e traduz sua sensibilidade em rituais conforme sua influência sobre o grupo.
A maneira como seus rituais são cultivados pode variar em muitas derivações; isso é o externo; exprime a visão de cada um, no poder de adaptar o que viu, o que sentiu às tradições e ao culto de seu povo.
Interessa-nos aqui esse poder de sintonia; essa cosmovisão com que ele associa sensibilidade e atuação. Contempla os astros e estabelece afinidade entre o que contempla e o que sente; contempla o firmamento e o silêncio de lá aciona o silêncio de cá e a afinidade se apura; contempla o cosmos e aquela visão repercute em seu interior, como sinais de uma empatia e começa a encontrar, no próprio interior, repercussões, ligações de estrelas e passa a identificar algumas delas pelos  sentires de seu corpo; de tal modo que, quando olha para uma delas, sente a vibração no próprio corpo, como estimulo distante à própria vida. Disso, podemos nos valer também: não é necessário que sejamos versados nessa ou naquela ciência; não é necessário que tenhamos essas ou aquelas letras: para entrar em contato com  as entidades celestes, basta que tenhamos o coração vazio, porque, pelo vazio do coração é que a Consciência revela seu alfabeto escrito no universo e que só os simples conseguem entender e adquirir essa visão do cosmo como extensão dele mesmo. Peça escrita durante o mês de Junho de 2009

O mesmo sopro permeia toda existência. ( Em 12/10/2009 )

Eis um insight, um flash que vem de alguma camada interior; alguém experimentou essa verdade e a traz para nós na força de sua síntese. O mesmo sopro é o qu vem da consciência; a Consciência é o princípio de tudo; ela soprou sobre suas criaturas, conforme iam emanando em seu processo criador e derivante, porque o que a consciência cria nas criaturas, já existe no processo de reprodução, recriação, ampliação e o mais fenomenal é que cada coisa gera o seu oposto. Apenas o ser humano põe-se ou interpõe-se a essa reprodução e pode conduzir-se de volta para o principio gerador; só o ser humano tem esse poder de, em si mesmo, processar o milagre de se opor ao principio criador e dirigir-se pessoalmente para ele. O sopro veio dele; nós estamos vinculados a ele por esse sopro. No entanto, o poder de distinguir, de discernir é pouco celebrado entre os seres humanos e a noção do sopro perde-se na confusão de cada dia.
Esse sopro permeia de fato todas as coisas e nós não nos percebemos vinculados a ele, como por um fio umbilical.
Costuma se dizer que o ser humano é o ápice da criação divina; correto porque, só no ser humano, estão todos os atributos de fazê-lo voltar a sua fonte; em torno do ser humano estão todos os princípios de sua fonte; eles são o sopro que se tornará mais ativo conforme nossa proximidade e conforme nos imbuírmos dele.Peça escrita durante o mês de Junho de 2009

Ter ouvidos às vezes que falam em nós. ( Em 12/10/2009 )

É precisa essa audição porque de onde vierem precisam ser acolhidas e tomadas providências. São duas as origens destas vozes: elas podem vir do inconsciente ou podem vir dos impulsos da alma. As vozes que vem do inconsciente tem objetivo indicado: revidar a ofensa, envolver-se no vício, praticar o mal; essas precisam ser ouvidas com o intuito de que tiremos sua raiz de dentro de nós pelo perdão a quem nos fez ofensa; conhecido ou não; que o perdão passe a ocupar o lugar daquela voz que acabou de se deslocar. Outros tipos de manifestações que se verificam em nós, dá-se por arroubos, uma vontade de chorar, um vazio, uma aspiração pouco clara. Essas são causadas por liberação de energia da alma. Um exemplo é o choro na mulher: ela chora por manifestações da alma e não sabe relacionar seu choro com seus estados de consciência. Quanto mais sensível mais chorona. Assim acontece com as pessoas sensíveis à manifestações da própria alma. Deve-se buscar no silêncio de si mesmo a mensagem que se pode traduzir como necessidade de mais reflexão sobre a alma que quer liberar mais energia com que ela possa atuar no mundo.
Estar atento a si mesmo é já a manifestação de um anseio que se manifesta para o bem ou para o mal; em qualquer dos casos resolvemos tudo pela vontade de perdoar porque o perdão é um bem da alma.Peça escrita durante o mês de Junho de 2009

Destino Comum ( Em 12/10/2009 )

O destino das coisas em geral é sujeito ao movimento e as marés do tempo. Diluir-se nelas. Nisso seu destino é igual: “nada se perde; nada se cria”, conforme Lavoisier. Quanto ao destino do ser humano, também é igual nesse roteiro: do inconsciente para o estágio da mente; vencido o estágio da mente, mergulhar na Consciência e daí para a Luz.
Esse é o roteiro, incluindo todos os percalços da trajetória; essa é de difícil vencer, porque nos perdemos no emaranhado que se situa no inconsciente e que não nos deixa enxergarmos, com clareza, o fio de prumo dos caminhos de cada um. Sim, porque não são iguais; infinitos  são os tipos de vivências que o ser humano experimenta no percurso e, conforme se confunde, mais se enrola na teia e aqui o destino não é comum, aquele cada um tem de desvencilhar; cada um na sua.
O destino só é comum quando enveredarmos pelo lado de dentro de nós mesmos. Para dentro de nós, o destino é comum; o silêncio interior e nada mais. Bata fazermos o silêncio interior; a alma se encarrega de tornar comum nosso destino. Peça escrita em Junho de 2009

Um outro mundo é possível? ( Em 04/10/2009 )

Sim. Eu era pobre e ganhei na loto; mudei de mundo; era ignorante; cursei a faculdade; mudei de mundo. Ah! Não é deste mundo a que você se refere? Não era!
Nas escalas do espírito também é assim: quanto mais eu adquiro consciência. Mais eu mudo de mundo. Imaginemos o sujeito leu tanto e não percebeu que seu aperto lhe tirou a luz do sol; janelas abarrotadas de livros; súbito ele se dá conta de que precisa da luz e vai tirando os livros das janelas; a cada livro que ele retira, entra no quarto um filete .

Cada filete que lhe penetre de sabedoria, é uma mudança de mundo e assim até que todos os livros que impediam a entrada de luz sejam retirados. E há mais ainda: cada vez que se esquecer dos livros; cada vez que abdicar dos livros, a luz lhe vem de dentro para fora e, nos próximos mundos, habitaremos áreas mais iluminadas pelo que fizermos por esquecer de tudo. Há pois o mundo dos que ganharam na loto, esse tudo tem para seu sustento e há os que abdicaram de tudo: esses se sustentam na luz que não se apaga, independentes de onde estiverem.
Peça escrita durante o mês de Maio de 2009